A Síndrome de Peter Pan e o medo de crescer
- Debora Wiseman
- 15 de nov. de 2022
- 4 min de leitura

Crescer pode ser mais difícil para algumas pessoas. Entenda a relação da Síndrome de Peter Pan e as consequências dela na vida adulta.
A Síndrome de Peter Pan foi aceita em psicologia desde a publicação de um livro escrito em 1983, The Peter Pan Syndrome: Men Who Have Never Grown Up ou "síndrome do homem que nunca cresce", escrito pelo Dr. Dan Kiley. Wikipédia
Algumas características do transtorno são a incapacidade dos indivíduos de assumir responsabilidades, de se comprometerem ou de cumprir promessas, o cuidado excessivo com a aparência e o bem-estar pessoal e a falta de autoconfiança, mesmo que pareçam não mostrá-lo e realmente parecer exatamente o oposto. Além disso, eles estão constantemente mudando de parceiros e procurando os mais jovens.
Segundo Kiley, o indivíduo tende a apresentar rasgos de irresponsabilidade, rebeldia, cólera, narcisismo, dependência e negação ao envelhecimento. Geralmente crianças superprotegidas adquirem este distúrbio que pode levar para vida toda.
Os portadores dessa condição se sentem insatisfeitos com absolutamente tudo e não assumem responsabilidades nas suas ações. Consequentemente, podem desenvolver outros transtornos, como ansiedade, depressão e problemas com a autoestima.
O transtorno foi batizado com o nome de Peter Pan porque as atitudes das pessoas com essa síndrome é exatamente a de viver em um mundo imaginário, onde elas não têm a obrigação de envelhecer ou amadurecer. Por este motivo, elas não possuem sucesso em suas relações profissionais, familiares e amorosas.
Diversas pesquisas constataram que esse transtorno é mais comum entre homens do que em mulheres. O que mais preocupa é o crescimento da incidência de casos diagnosticados com o distúrbio.
Vale citar que o complexo de Peter Pan não está listado no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais realizado pela Associação Americana de Psiquiatria. O psicólogo Dr. Dan Kiley foi o responsável por identificar e cunhar o termo.
Síndrome de Peter Pan: Diagnóstico
É possível observar algumas características pessoais para delimitar o distúrbio.
Nesse sentido, segue abaixo algumas características que ajudam a reconhecer alguém que possui esse distúrbio:
* Insegurança;
* Baixa autoestima;
* Se relacionam com pessoas mais novas;
* Sempre dão desculpas para tudo;
* Irresponsáveis;
* Insatisfação;
* Não se esforçam para conseguir algo;
* Egoístas;
* Gostam de dar ordens e criticar;
* Necessitam chamar atenção;
* Se comportam como nunca envelhecem ou amadurecem;
* Choram com facilidade.
As atitudes pelo medo de crescer
As pessoas com essa síndrome aparentam arrogância, mas escondem uma fragilidade emocional muito grande. Por também estarem sempre em um mundo de fantasias, a curiosidade e criatividade são aguçadas.
Eles se esforçam e despertam atenção e admiração de algumas pessoas, porque aparentam levar uma vida leve. Apesar de sempre demonstrarem grande felicidade, sua mente está repleta de conflitos, medos e tristezas constantes. Eles são inseguros, nervosos, exigentes, magoados e intolerantes.
Causas da Síndrome de Peter Pan
Existem inúmeros fatores psicológicos que levam uma pessoa a desenvolver essa síndrome. Nesse sentido, o distúrbio pode ocorrer, por fatores que se desencadearam na infância.
Dessa forma, um período de infância muito feliz e completo pode gerar medo de crescimento ou de responsabilidade.
No entanto, uma infância perturbada e que não foi bem vivida também pode ser o motivo pelo desencadeamento da síndrome. Nesse caso, há o desejo da liberdade de criança e a pessoa não aceita que quando adulta não poderá mais vivê-la. Então, terá que enterrar algo que não usufruiu, o que gera um conflito interno.
Síndrome de Peter Pan: tratamento
O mais aconselhável é buscar um tratamento psicológico ou psiquiatrico adequado para que o paciente possa, em primeiro lugar, assumir que possui a doença e buscar junto com um profissional, melhorias e crescimento. A aceitação do problema e a vontade de superá-lo é o primeiro e mais importante passo para o crescimento pessoal e cura.
Os tratamentos adequados irão detectar traumas e identificar maneiras de superar a insegurança e imaturidade, para que de forma livre a pessoa consiga superar frustrações e assumir com alegria e responsabilidade o seu mundo real.
Não há porque nos desligarmos do que fomos ou vivemos quando menores, o que é preciso é a aceitação.
Mas, se o passado foi traumático e o fato de não ter o desfrutado como deveria é o que pesa, lembre-se que uma nova fase da vida também é algo a se desfrutar e preencher com realizações.
O mais importante é o que somos hoje, e o que nutrimos para nos beneficiarmos no futuro, seguir sempre com um passo à frente, nunca o contrário.
Como lidar com alguém com síndrome do Peter Pan
Conviver com uma pessoa que possui esse distúrbio pode não ser tão fácil. Entretanto, é fundamental saber como lidar com alguém que está passando por essa situação. O apoio é fundamental.
A família e os amigos próximos continuarão o seu relacionamento com essa pessoa, por isso, é preciso saber o que fazer quando estiver presente de alguma situação que não seja agradável.
O suporte precisa ser constante, pois é necessário lembrar que, muitas vezes, o indivíduo não consegue controlar a maneira como está se comportando. Sendo assim, a empatia e a paciência são fundamentais para o suporte.
Além disso, é sempre importante o incentivo e o apoio para mudanças positivas. Isso pode ser um pouco difícil no início, mas os entes próximos conseguem também ajudar a definir um tom de idade adulta para quem tem a Síndrome de Peter Pan.
Se necessário, não hesite buscar ajuda profissional de terapeutas competentes
IMPORTANTE: Somos Terapeutas Holísticos e o nosso tratamento é
alternativo. Mesmo apresentando resultados satisfatórios é fundamental frisar
que somente médicos devidamente habilitados, podem diagnosticar doenças,
indicar tratamentos e receitar remédios.
Tudo de bom.
Até a próxima semana
Shalom!
Debora e Daniel Wiseman
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